Indústrias goianas, porém, ainda se preocupam com impactos da falta de incentivos fiscais

Goianésia – De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a aprovação da reforma tributária é uma conquista para todo o país. Aguardada há mais de 30 anos, a modernização do sistema de tributos sobre o consumo permitirá ao contribuinte, cidadãos e empresários pagar os seus impostos de forma mais racional e transparente, de acordo com regras claras e compatíveis, segundo a entidade. Para o economista José Luiz Oureiro, as mudanças propostas vão devolver a competitividade para o setor.

"Então a expectativa é que a reforma tributária, somada à redução da taxa de juros, porque outro componente importante pra pro custo da indústria é o custo do capital e o custo do capital no Brasil é muito mais alto do que o custo do capital que as indústrias pagam no exterior, essas duas coisas somadas vão devolver competitividade à nossa indústria de transformação e vão nos permitir iniciar o processo de reindustrialização da economia brasileira".

Para o deputado Reginaldo Lopes do PT de Minas Gerais que coordenou o grupo de trabalho sobre a reforma tributária na Câmara já passava da hora de mudar o sistema tributário mais complexo, burocrático e complicado do mundo. "É uma reforma que vai dar a economia brasileira, competitividade, vai dar eficiência produtiva e o resultado disso é que nós vamos ter um sistema tributário moderno, um sistema que é padrão internacional, que nunca mais o povo brasileiro vai pagar imposto do imposto, nunca mais o povo brasileiro vai pagar imposto escondido", avalia.

Para o presidente do sindicato da indústria de fabricação de etanol do estado de Goiás (Sifaeg) e Sindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar do estado de Goiás (Sifaçucar), André Rocha, ainda é cedo para avaliar se vai ser positivo para o setor industrial ou não a aprovação da reforma. "A questão se o setor industrial pode comemorar ou não, nós só vamos saber após vermos o texto final pra verificarmos se vai ter redução de carga tributária que possa garantir a competitividade. No que tange aos industriais goianos, há uma preocupação muito grande porque a reforma tira a autonomia dos Estados para adotarem políticas de desenvolvimento regional que hoje são praticamente focados nos incentivos fiscais, uma vez que a tributação passará para o destino e não para origem. Então nós esperamos que o Senado possa fazer uma modificação disso pra que os Estados emergentes possam ter condições de com a tributação na origem ainda ter incentivos fiscais pra poder atrair empresas, empregos e renda pra esses Estados", avalia.