Flávio Rodovalho salienta que reforma é necessária, mas que modelo proposto não é o ideal

Goianésia – Após aprovação na Câmara dos Deputados, a reforma tributária agora será avaliada e posteriormente votada no Senado Federal. O advogado da Associação Pró Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás (Adial), Flávio Rodovalho conversou com a RVC FM e salienta que é uma demanda antiga da sociedade: "o sistema tributário nacional é caótico então a necessidade de uma reforma tributária era premente".

Porém, o advogado avalia o projeto como ruim: "não adianta a gente reformar e fazer um sistema pior do que a gente já tem. E para ser ainda pior, esse sistema vai conviver com o sistema atual por até 50 anos. Imagina, vamos ter um manicômio completo", disse.

O texto também gerou resistência e preocupação por parte do setor produtivo. "Como toda reforma, você tem os ganhadores e perdedores. Eu acho que a sociedade precisa ser sempre ganhadora, que é algo que eu não vejo, porque a possibilidade de aumento de carga tributária nessa atual reforma é muito grande", destaca, lembrando que toda a reforma, mesmo se aprovada, ainda precisa ser inteiramente regulamentada posteriormente através de leis complementares. Rodovalho critica também o fim da guerra fiscal e a perda de autonomia de prefeitos e governadores: "Quem ganha são os grandes Estados".

O advogado acredita que a reforma poderá onerar a renda do trabalhador e cobra que a sociedade e as associações pressionem os parlamentares, ao menos para que seja estabelecido um limite, um teto para a carga tributária repassada ao consumidor final. "A gente tem que ficar em cima dos nossos representantes: agora sobre os nossos três senadores e posteriormente novamente sobre os 17 deputados federais, para que não haja aumento de carga tributária para que haja um limite, um limitador, para que essa taxa não possa aumentar indefinidamente", diz.