Estima-se que mais de 30 milhões vivam nas ruas do país; especialista aponta causas econômicas e de saúde pública

Goianésia - O abandono de animais nas ruas do Brasil alcançou níveis alarmantes, com mais de 30 milhões de animais, entre gatos e cachorros, deixados à própria sorte, revelou um relatório da OMS. A preocupação se intensifica durante o período de férias, quando o número de casos aumenta significativamente.

Em entrevista exclusiva à RVC FM, a médica veterinária Luana Borboleta destacou que questões econômicas têm sido determinantes nesse cenário. "Famílias de média e baixa renda são as mais afetadas, enfrentando dificuldades crescentes com os custos de cuidados e insumos para seus animais de estimação", explicou a especialista.

Além dos desafios financeiros, a reprodução descontrolada contribui para um aumento das doenças zoonóticas, colocando em risco a saúde pública. "Com mais animais nas ruas, há maior incidência de atropelamentos, propagação de doenças e escassez de alimentos, o que pode levar os animais a comportamentos agressivos", alertou Luana Borboleta.

A legislação brasileira é clara quanto aos direitos dos animais: abandoná-los ou maltratá-los constitui crime, conforme previsto na Lei Federal nº 9.605/98. Recentemente, a Lei Federal nº 14.064/20 aumentou a pena para até cinco anos de detenção para quem cometer tais atos.

É fundamental que os tutores assumam a responsabilidade de prover todas as necessidades básicas de seus animais, garantindo-lhes saúde e bem-estar. As adoções responsáveis também são essenciais para reduzir o número de animais abandonados e garantir que cada um tenha um lar digno.