Órgão emitiu nota de repúdio

Goianésia – O Núcleo Especializado de Direitos Humanos (NUDH) da Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO), encaminhou ofício ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Delegacia de Polícia da Cidade de Goiás, nesta quarta-feira (16/02). Ambos os documentos solicitam a apuração de denúncias recebidas relativas a um vídeo registrado na Cidade de Goiás, em que supostamente, um médico submete um funcionário a condições análogas à escravidão.

O suspeito divulgou nas redes sociais um vídeo em que o funcionário aparece acorrentado pelos pés e pelas mãos. Na gravação, é possível ouvir o médico dizer: “Aí ó, falei para ele estudar, mas ele não quer. Então, vai ficar na minha senzala.” Em depoimento à Polícia Civil, o funcionário que aparece nas gravações teria dito que tudo foi uma brincadeira e que ele seria bem tratado pelo patrão.

Nesta quarta-feira, o coordenador do NUDH/DPE-GO, Marco Túlio Felix Rosa, esteve em contato com o delegado Gustavo Barreto, responsável pelo caso. O defensor público dialogou com a vítima e acompanhou sua oitiva à Polícia Civil.

Em nota de repúdio, o DPE-GO escreve: "respaldados nas atribuições desta Defensoria Pública, destacando-se a promoção dos direitos humanos, manifestamos indignação diante qualquer ato racista em Goiás, seja em situações individuais decorrentes de relações de trabalho, institucional, comunitarista ou casos de racismo ambiental e recreativo, colocando-nos à disposição para assistência jurídica da população negra goiana atingida direta ou indiretamente por situações como a repudiada na presente nota".

O Ofício n°134/2022 requisitou ao delegado Gustavo Barreto o acesso da Defensoria Pública aos autos do inquérito policial. Por sua vez, o Ofício n° 135/2022 solicitou ao procurador-chefe do MPT em Goiás, Alpiniano Prado, a adoção de providências a fim de apurar o caso.

Até a tarde desta quinta, o médico que divulgou o vídeo ainda não havia prestado depoimento.