Padre Gilson Jardene relembra esta trajetória em entrevista à RVC FM

Goianésia – Neste dia 22 de fevereiro, cinco anos atrás, o município de Santa Rita do Novo Destino, entre Goianésia e Uruaçu, ganhava uma nova tradição: a Missa das Rosas, celebrada na Paróquia Santa Rita de Cássia no dia 22 de todo mês. Agora, cinco anos depois, a missa atrai tantos fiéis que precisa ser celebrada em mais de um horário e já chegou a ter um público total de 15 mil participantes.

Grande conquista para a pequena paróquia de um pequeno município, com menos de 5 mil habitantes. "São cinco anos de muitas bençãos", resume o padre Gilson Jardene, em entrevista à Rádio RVC FM. O sacerdote conta que a primeira Missa das Rosas ocorreu no dia 22 de fevereiro de 2017, poucos dias após ele assumir a paróquia, no dia 9.

A ideia por trás da celebração também era recente: após receber a notícia de seria transferido de Goianésia para a cidade vizinha, Gilson procurou saber mais da santa que dava nome ao município. "Fui pesquisar a devoção a Santa Rita e, nas altas madrugadas, me deparei com o site do santuário Basílica de Cássia na Itália. Fui lendo e relembrando a história de Santa Rita e vi que lá, uma vez ao ano, no dia 22 de maio, se celebrava a missa das rosas de Santa Rita e que se distribuía pétalas de rosas aos devotos", conta.

Tocado pela celebração, o padre já assumiu a nova paróquia determinado a tentar reproduzir a missa por aqui, mas já com a ideia de fazê-la semanalmente. Segundo conta Gilson, a primeira missa teve 300 rosas, que eram artificiais, e ainda assim não deu pra todo mundo. "Não tínhamos recursos materiais nem noção de onde conseguir as rosas. A mesma pessoa que nos forneceu as rosas artificiais disse, Deus não quer assim, as rosas precisam ser naturais, e se dispôs", relembra.

A missa cresceu muito, com devotos indo mensalmente à Missa das Rosas que ganhava mais e mais participantes - e que precisava de mais e mais rosas para serem distribuídas entre os fiéis. Segundo o padre, eles chegaram a adquirir e preparar 9 mil rosas para uma única missa e, ainda assim, faltar. Perguntado sobre o que atrai tanta gente, Jardene acredita que é a forma como as pessoas se aproximam e simpatizam de Santa Rita após conhecerem a história da santa: "Ela responde aos desafios e anseios humanos de cada pessoa", pontua.

Ao longo destes cinco anos, Jardene relata que a missa não cresceu apenas em popularidade, mas em milagres e graças. Ele contou o caso de uma pessoa que pegou uma pétala pisada no chão, após acabarem as rosas, dizendo: "pra quem tem fé, isso basta". Voltou depois de 3 meses relatando um milagre: a cura de um câncer terminal de um familiar. "As rosas são belas, mas mais belo é o que Deus faz através de um instrumento tão simples. Faltaram rosas mas não faltaram bençãos".

O padre relata inclusive que, na falta de recursos para a aquisição das flores ou na falta das próprias flores, que muitas vezes ele apenas rezou e pediu por uma solução: e logo foi atendido. "A minha esperança e minha consolação estão sempre aí. E o detalhe de preparar as rosas é só um entre tantos", afirma, lembrando da decisão de aumentar o número de missas durante a pandemia.

Houve uma resposta positiva, com grande adesão, já que nem todos os fiéis tinham a disponibilidade para comparecer no horário noturno da Missa da Rosas. O pároco chegou a celebrar seis missas por dia durante os períodos de maior restrição durante a pandemia, para poder atender a demanda dos fiéis. Apesar do esforço, Jardene crê que valeu a pena: "O maior mérito e alegria que eu tenho é de poder ter cooperado com Deus e saber que Ele sempre coopera conosco".

Após cinco anos, o padre declara que só tem a agradecer. "Aproveito a me dirigir a todos com uma palavra de gratidão. Ao longo destes anos, nunca estive sozinho. O povo de Deus nunca me negou sua ajuda e sua presença, em todos os segmentos da população, e também neste abençoado veículo de comunicação, a RVC FM", finaliza.