Operação ocorre simultaneamente em quatro estados para cumprir 40 mandados de prisão

Goianésia – A Polícia Civil de Goiás (PCGO) realiza operação com 300 policiais civis de combate a fraudes cometidas por meio de aplicativo WhatsApp no Estado de Goiás e outras regiões do país com a prisão de dezenas de criminosos e cumprimento de mais de 40 mandados nesta terça-feira (05/04). Segundo a investigação, o grupo teria causado prejuízo estimado em milhões de reais em todo o país.

A Polícia Civil de Presidente Prudente, em investigação realizada pela 1ª Delegacia de Investigações Gerais da DEIC 8, realiza desde às 6h desta manhã, simultaneamente em quatro diferentes Estados no Brasil – Goiás, Roraima, Pará e Minas Gerais, divididos em oito cidades, a operação intitulada “2 FACE”.

A delegacia, após ser procurada por vítima prudentina com prejuízo de R$ 34.391,00, em 11 de agosto de 2021, instaurou inquérito policial e passou a investigar o fato. Em pouco tempo, vislumbrou que, em verdade, não se tratava de caso isolado, com outras dezenas de vítimas catalogadas como pagantes enganadas pela mesma fraude eletrônica.

Desta maneira, considerando o relevante número de casos idênticos verificados em registros de vítimas pela cidade de Presidente Prudente e região, além, anunciados em redes sociais que se multiplicaram com o tempo da investigação e o anúncio do mesmo crime e prejuízos, tudo foi encaminhado ao Seccold (Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro) para análise precedente e emissão de relatório técnico.

Com sete meses de ações de inteligência, com os cruzamentos de informações em fontes abertas e fechadas, em tese, houve o desvendamento dos crimes que possibilitou a representação cautelar policial, todas deferidas, que subsidiou o deferimento de 41 mandados de prisões preventivas; 56 mandados de buscas domiciliares; bloqueios e sequestros de contas cadastradas em 41 CPFs, além, de uma dezena de sequestros de contas em cripto ativos.

A ação busca desarticular possível organização criminosa com atuação predominantemente em Goiás, que utilizava ardil em fraude eletrônica, primeiro, obtendo fotografia em rede social e aplicativo de mensagem de vítimas para, depois, em busca e auxílio de outros criminosos digitais (com o cruzamento de informações) entrar em contato com familiares próximos (amigos, sócios, etc – todos pesquisados em redes sociais) informando a troca de prefixo telefônico (em chip cadastrado com a foto do conhecido) e, após, solicitando valores sob alegação de problema no aplicativo bancário.

Parte dos contatados fazem o pagamento e, apenas depois do encontro com os entes reais, descobrem o crime.
Com o grupo e com o resultado das buscas realizadas nesta manhã, que se beneficiou de soma que pode superar a R$ 3 milhões nos últimos meses, a polícia busca a identificação de outros comparsas, bem como novas vítimas e patrimônio ocultado no branqueamento de capital.

Todos os suspeitos presos permanecerão nos estados de origem e serão indiciados pela prática do crime de estelionato eletrônico, falsidade ideológica, falsa identidade, integrar organização criminosa, além do ilícito de lavagem de dinheiro.

Por fim, apenas no Estado de São Paulo será possível o esclarecimento de pouco mais de 600 fatos criminosos registrados nas cidades paulistas, além de centenas ocorridas em outros Estados da Federação.

O nome da operação foi escolhida em tradução simples da escrita americana “two face”, usando o número não extenso, “duas faces” – em metáfora ao ardil eletrônico usado pelos criminosos que solicitam dinheiro das vítimas passando por conhecidos, inclusive, com fotografias retiradas das redes sociais ou telefônicas.