No Centro-Oeste, o Hospital das Clínicas é o único a oferecer o exame de mapeamento eletroanatômico

Goianésia – Eletrofisiologia Invasiva” pode ser um nome difícil de pronunciar, mas trata-se da técnica mais moderna de tratamento das arritmias do coração. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), a má geração ou condução do estímulo elétrico desse órgão é uma condição que atinge mais de 20 milhões de pessoas no país, ocasionando cerca de 320 mil mortes súbitas por ano.

Por isso, para Hugo Bellotti Lopes, médico eletrofisiologista da Hemodinâmica no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), quando a medicação não é mais suficiente para manter o ritmo cardíaco saudável, um procedimento sem cortes ou pontos pode ser a solução do problema. “Através da veia femoral, é posicionado um cateter no interior do coração que registra os sinais elétricos. É a partir desse registro que conseguimos localizar em qual região do coração estão as arritmias. Em seguida, verificada a necessidade de intervenção, partimos para a ablação”, conta Hugo ao explicar o que é a Eletrofisiologia Invasiva. Após o diagnóstico completo, é realizada a ablação por radiofrequência, que se caracteriza por ser uma cauterização definitiva de focos arritmogênicos e uma alternativa ao tratamento farmacológico paliativo.

Os procedimentos eletrofisiológicos, de diagnóstico ou de tratamento, são de baixo risco de complicações, atingindo entre 0,5 a 1% dos pacientes submetidos. As complicações vasculares são as mais comuns, quando surge um pequeno hematoma na perna onde acontece o acesso à veia femoral. No entanto, pacientes com condições cardíacas graves precisam de maior assistência e cuidado pré e pós-operatório.

Por ser uma subespecialidade que necessita de equipamentos modernos e tecnologia avançada para a realização de procedimentos complexos, o HC-UFG é um dos poucos hospitais a oferecer o mapeamento eletroanatômico no Brasil, exame que possibilita criar um desenho tridimensional do coração e visualizar o circuito sanguíneo da arritmia, auxiliando no diagnóstico mais preciso da doença.

No HC de Goiânia, são realizados cerca de 4 procedimentos por semana e 470 pessoas já foram atendidas desde quando o serviço passou a ser ofertado, em 2018. Em sua maioria, foram feitas ablações para a cura de arritmias cardíacas graves.

Os pacientes elegíveis são encaminhados para tratamento no HC-UFG após consulta com cardiologista nos Centros de Atenção Integrada à Saúde (Cais) de Goiânia.