Conselho divulgou nota nesta quinta-feira alegando que a droga é prejudicial à saúde

Goianésia – O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) divulgou nesta quinta-feira (31/08) nota assinada pelo presidente Fernando Pacéli Neves de Siqueira em que se posiciona "radicalmente contra a liberação do porte e uso da maconha no Brasil".

O texto se refere à possibilidade da descriminalização do porte da droga em pequenas quantidades, tema que está em votação no Supremo Tribunal Federal (STF), até agora com cinco votos favoráveis e um contrário. O julgamento, iniciado em 2015, foi suspenso após pedido de vista na semana passada e não tem data para ser retomado.

Na nota, o Cremego argumenta que "não há dose de consumo segura e que o uso da maconha está associado a uma série de efeitos adversos à saúde", dando destaque para a possibilidade de desenvolver a esquizofrenia. Confira a íntegra da nota abaixo:


Cremego manifesta-se radicalmente contra a liberação do porte e uso da maconha no Brasil

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), cumprindo o seu compromisso primordial de proteger a saúde e bem-estar da população, vem a público manifestar-se radicalmente contra a liberação do porte e uso da maconha no Brasil.

Em julgamento no Supremo Tribunal Federal, em debate no Congresso Nacional e já defendida em moção do Conselho Nacional de Saúde, a liberação do porte de maconha para consumo pessoal é uma ameaça grave à saúde pública.

Estudos científicos demonstram que não há dose de consumo segura e que o uso da maconha está associado a uma série de efeitos adversos à saúde, incluindo prejuízos cognitivos, riscos respiratórios e implicações psiquiátricas significativas.

A literatura médica estabelece uma associação sólida entre o uso de maconha, especialmente em idades jovens, e o aumento no risco de desenvolvimento de esquizofrenia - uma grave doença mental, que afeta o pensamento, a percepção e o comportamento - em indivíduos geneticamente predispostos.

O aumento do quadro depressivo entre os brasileiros, o crescimento alarmante dos índices de suicídio entre a nossa população e as deficiências na assistência à saúde mental no Brasil já são motivos mais do que suficientes para a rejeição de qualquer proposta de legalização da droga no País.

Essa proposta está na contramão do momento que vivemos e que exige a proteção da população, a melhoria dos serviços de saúde e a conscientização dos brasileiros sobre o autocuidado e, não, o aceite da introdução na sociedade de mais uma substância com risco comprovado.

Apelos de pequenos grupos envoltos em interesses escusos não podem justificar a adoção de uma medida que ameaça o futuro do País.

Portanto, diante das evidências acumuladas sobre os riscos da maconha para a saúde mental e física da população, conclamamos as autoridades competentes a considerarem cuidadosamente as implicações desta substância antes da tomada de decisões relacionadas à liberação de seu porte e uso.

Fernando Pacéli Neves de Siqueira – Presidente do Cremego