Cláudia Soares Alves teria planejado a morte de Renata Bocatto Derani para tentar assumir a guarda da filha da vítima

Goianésia - A médica Cláudia Soares Alves, que sequestrou uma bebê recém-nascida do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), foi presa em Goiás nesta quarta-feira (5), suspeita de envolvimento na morte da farmacêutica Renata Bocatto Derani, de 38 anos, em novembro de 2020. Segundo a Polícia Civil, Cláudia tinha uma obsessão por ser mãe de uma menina e planejava assumir a guarda da filha do ex-marido da vítima.

De acordo com o delegado Eduardo Leal, Cláudia manteve um relacionamento com o ex-companheiro de Renata e buscava tirar o poder familiar da mãe da criança para ficar com a menina. “A Cláudia certamente entendeu que, ceifando a vida da vítima, seria mais fácil conseguir assumir o poder familiar da criança. Ficou apurado que ela contou com o apoio do vizinho e do filho dele”, afirmou o delegado à TV Anhanguera.

Além da médica, outros dois homens de Itumbiara (GO) foram presos temporariamente suspeitos de participação no homicídio. Os mandados podem ser prorrogados por mais 30 dias e convertidos em prisão preventiva.

Sequestro da recém-nascida

A bebê nasceu por volta das 20h do dia 23 de julho de 2024, no HC-UFU. Segundo a polícia, Cláudia se aproveitou do fato de ser concursada no hospital, apresentou seu crachá e entrou, se passando por pediatra. Ela retirou a bebê, que tinha apenas três horas de vida, dos braços da mãe e fugiu em um carro vermelho, dirigindo cerca de 135 quilômetros até sua residência em Itumbiara.

Na época, o advogado Vladimir Rezende, responsável pela defesa da médica, explicou que Cláudia sofria de transtorno bipolar e, no momento do sequestro, estava em crise psicótica, sem capacidade de discernir sobre seus atos.

Durante as investigações, a polícia encontrou na casa da médica um quarto infantil decorado em tons de rosa, com berço, roupas de bebê e uma boneca reborn, reforçando os indícios de comportamento obsessivo relacionado à maternidade.

O caso reforça o padrão de comportamento da investigada, que incluía adoções fraudulentas, tentativas de compra de bebês e sequestros, segundo a Polícia Civil. Os três presos serão encaminhados para Uberlândia, onde permanecerão à disposição do Poder Judiciário.