Goianésia - O panorama familiar brasileiro está passando por uma transformação notável. Dados recentes do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), divulgados pelo Valor Econômico, mostram que as mulheres agora lideram 50,9% dos lares no Brasil — um marco impressionante. Este aumento de 72,9% na última década sublinha um significativo movimento de empoderamento feminino. Destaca-se que 82,3% desse crescimento é atribuído a lares chefiados por mães solo, que enfrentam a árdua tarefa de criar seus filhos sozinhas.
Ilda Ferreira, uma goianesiense que lidera sua própria família, é um exemplo vibrante dessa mudança. “Ser a responsável principal pela minha casa e pelos meus filhos é uma jornada desafiadora, mas extremamente gratificante. A autonomia financeira é uma grande conquista. Não dá para vivermos da maneira que gostaríamos; a gente que tem filho tem que colocar as coisas dentro de casa. Apesar das dificuldades, sinto um profundo orgulho de estar no controle do meu destino e do futuro dos meus filhos,” compartilha Ilda com entusiasmo e determinação.
Este fenômeno reflete mudanças profundas e positivas na sociedade e economia brasileira. A crescente participação das mulheres no mercado de trabalho está transformando a estrutura familiar, proporcionando novas oportunidades e uma autonomia financeira inédita. Muitas mulheres estão adiando a maternidade para alcançar posições de destaque e garantir uma maior estabilidade financeira. Contudo, Mirula Borges, especialista em finanças, aponta que ainda há desafios significativos. “Embora o progresso seja notável, as mulheres que lideram suas famílias frequentemente enfrentam desafios financeiros devido às disparidades salariais. Isso ocupa muito espaço no orçamento das famílias, especialmente aquelas com a renda menor, e fica difícil fechar o orçamento no final do mês. Não tem condição de pagar todas as contas,” explica Borges.
