Atenção à saúde psicológica pode evitar o desenvolvimento de transtornos associados como o estresse pós-traumático

Goianésia – Segundo pesquisas da Pfizer, experiências ameaçadoras e risco de morte, podem levar ao surgimento de vários transtornos psicológicos, entre eles o estresse pós-traumático. De acordo com o estudo, além dos pacientes que sofreram graves traumas físicos ou possuem diagnóstico de doença que ameace a vida, os seus familiares também podem desenvolver o transtorno. Para além do atendimento do trauma físico, é importante dar uma atenção especial às condições psicológicas dos pacientes, para que eles possam aceitar enfrentar o tratamento da maneira mais favorável possível.

Ana Thaísa é psicóloga do pronto atendimento do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) e segundo ela os pacientes e familiares que chegam à unidade precisam ser acompanhados pelos psicólogos e pela equipe de assistência social. “São inúmeras as situações de urgência e emergência que ocorrem diariamente. Esses pacientes, assim como qualquer pessoa que passe por um trauma severo, precisam ser acolhidos e seus familiares também. Existem casos, como por exemplo os de amputação, onde é importante a avaliação e a intervenção do profissional de psicologia, junto à equipe médica, para que haja a compreensão do paciente quanto à sua situação. Muitas vezes, precisamos fazer com que este entenda que tal procedimento é importante para sua melhora. O suporte psicológico precisa ocorrer desde a entrada na unidade, até a alta hospitalar, assim diminuímos o risco deste paciente, ou familiar, adquirir transtorno de estresse pós-traumático”, diz a profissional.

Katiane Chagas Pessoa é psicóloga do Centro de Referência de Queimados do Hugol e diariamente atende pessoas que chegam com até 100% do corpo queimado. Segundo ela, o paciente precisa estar bem psicologicamente para evoluir no tratamento. “A queimadura dói muito fisicamente e as sequelas ficam visíveis para toda vida. São situações podem ocasionar limitações, podendo até fazer com que a pessoa afetada perca sua autonomia. Muitas vezes os pacientes não se reconhecem no espelho, o que os deixam desnorteados. Isso impacta no relacionamento com a família, os amigos, a vida profissional e a vida social de forma geral. E quando o paciente está com seu lado psicológico abalado, é muito difícil seguir o tratamento. Assim, para todos que passam por situações similares, é necessária uma avaliação da complexidade emocional, onde é relatado tudo o que o paciente tem vivido naquele período. Essa avaliação é realizada todos os dias e notamos que, quando há interação familiar, que passa pelo envolvimento e o apoio da família, a evolução do paciente é notória”, afirma.