Setores produtivos devem continuar em franca expansão no município

Goianésia – Com uma forte atuação no agronegócio, Goianésia se transformou em um dos principais polos agrícolas de Goiás. Isso se deve muito à diversidade de culturas existentes no município. A cidade possui três importantes usinas de álcool, açúcar e energia: a Jalles, a Unidade Otávio Lage-Codora e a Usina Goianésia. Juntas, elas são responsáveis por uma grande parcela da geração de emprego e renda na região. Além da produção de cana, que é uma das principais fontes de desenvolvimento do agronegócio no município, possui também culturas variadas como, produção de soja, milho, seringueira, tomate, melancia, mamão, e outras mais.

Atualmente, Goianésia conta com área plantada, segundo o IBGE, de cerca de 118 mil hectares, porém com a evolução e desempenho da região esses números vêm avançando de forma constante. Diante destes avanços a cidade possui boas projeções para o futuro em relação ao agro, como avalia o engenheiro agrônomo Manuel Oliveira.

“O agronegócio em Goianésia é muito promissor, e o crescimento para os próximos anos, realmente, é difícil de fazer uma perspectiva de crescimento, porque Goianésia sempre surpreende. Então, em Goianésia, nós temos mais de 50% da produção de seringueira do estado. Nós temos hoje um rebanho todo na cadeira de bovinos de corte e de leite bem abrangente, com um programa de melhoramento genético, evolução do rebanho. Nós temos áreas orgânicas em larga escala. Hoje, Goianésia, com certeza, no centro norte goiano, na região do vale do São Patrício, é o maior município, a maior cidade em relação à produção de agro”, diz.

Outro ponto forte do agronegócio em Goianésia é o confinamento. Ele sempre esteve entre os trinta maiores do Brasil e tem capacidade para confinar 20 mil cabeças de gado. A atividade vem se destacando tanto na cria e recria de animais em pastagens e terminação para abate em confinamento, atendendo programas de qualidade de carne. O gerente de pecuária do Grupo Otávio Lage, Leonardo Rios, informa o quanto a atividade pode se destacar ao longo dos anos na região.

“Eu acredito que a atividade de confinamento deva aumentar no futuro. Os mercados estão exigindo cada vez uma carne de um animal mais jovem. Então isso casa muito bem com uso de terminação intensiva em confinamento. Por justamente estreitar mais esse período entre o nascimento e o abate do animal. No caso nosso, aqui em Goianésia, a gente tem também no nosso planejamento estratégico, a gente prevê um crescimento aí para os próximos anos, mas vai depender de outros fatores. Mas diminuir não faz parte aqui do nosso projeto, não, a gente pensa realmente em crescer”, avalia.

A seringueira fortemente cresceu em Goianésia e junto com ela a geração de emprego e renda, garantindo também a sustentabilidade do meio ambiente, por ser uma cultura que não exige degradação ambiental e por isso vem se destacando por seu potencial de produção. Um dos responsáveis pela implantação da cultura no município, o engenheiro agrônomo José Fernando Benesi, aponta a capacidade de expansão e desenvolvimento deste cultivo para o giro econômico local.

“Hoje nós temos nessa região em torno de 15.000 hectares de seringueira em produção, com uma das maiores produtividades do mundo. Em torno de 2.000 kg de borracha seca por hectare, o que nos dá uma produção média hoje de 30.000 toneladas de borracha seca. Isso é bastante, é muita borracha, tanto que nossa área é um pouco menor do que estados como Minas Gerais e Mato Grosso, mas a nossa produção é maior. E nós acreditamos, porque a seringueira vai aumentando a produção a cada ano que passa, ela vai engrossando o tronco, vai aumentando os vasos laticíferos e a sua produção vai aumentando. Então nós ainda estamos numa fase de aumento de produção, e nós acreditamos ainda num aumento mínimo de 30%, então nós estaríamos falando de algo em torno de 40.000 toneladas de borracha seca por ano na região de Goianésia”, explica.

Os avanços de Goianésia em relação a produtividade não se limitam apenas na criação de gado ou na produção de alimentos. Ele se expande na ciência, com a criação de startups inovadoras para o desenvolvimento de novas ideias de produção sustentáveis como exemplifica o professor do curso de agronomia da Faculdade Evangélica de Goianésia (Faceg), Jadson Moura.

“Uma das ideias incubadas também aqui na nossa incubadora institucional, está procurar produzir e procurar na natureza organismos que sejam eficientes em ajudar as plantas a produzir mais. Então existe uma série de bactérias e fungos na natureza que ajudam as plantas a se nutrir mais, absorver mais água, a resistir a processos de seca, de estiagem, a resistir a situações de contaminação no solo e, de modo geral, aumentar a produtividade das plantas, diminuindo o custo de produção”, diz. “Porque eles vão substituir, por exemplo, os insumos tradicionais, como fertilizante e agrotóxico. Esses são chamados bioinsumos. O curso de agronomia aqui da Faceg tem algumas linhas de pesquisa, inclusive já em andamento com a Jales Machado, onde a gente está testando alguns produtos e algumas tecnologias de base biológica, visando a redução de custos, visando o aumento da sustentabilidade na produção”, completa.

O tomate também entra nesta relação entre ciência e futuro, principalmente quando o assunto é reaproveitamento do fruto para desenvolvimento de suplementos que podem até combater o câncer. O diretor do conselho de administração da Goialli, Jalles Fontoura, afirma que os estudos realizados com partes do tomate produzidos na região podem colaborar com a criação de novos produtos para o consumo.

“São dois produtos nobres. A semente, porque tem óleo, tem produtos químicos, porque tem um potencial enorme de fazer suplemento alimentar. A pele também, tem colágeno, uma série de produtos que interessam a indústria farmacêutica. E, também, alimentação humana e animal. Então, é um produto, a partir da pele e da semente, que tem um potencial enorme. Inclusive ele é commodity Internacional. Ele é um produto que tem valor para exportação”, diz. “É a primeira indústria brasileira que está tendo foco na melhoria desse aproveitamento do pomace, que é o resíduo de tomate. Hoje a gente está agregando valor a esse resíduo, agregando valor para fazer um produto rentável e de muito maior utilização e inclusive pronto para ser exportado para vários países”, explica.