Produtores enfrentam incertezas devido à estiagem prolongada e fenômenos climáticos

Goianésia - A escassez de chuvas no norte de Goiás tem gerado preocupações crescentes entre os produtores rurais, com alguns municípios já contabilizando até 160 dias sem precipitações. Essa estiagem prolongada em Goianésia e na região pode atrasar significativamente o calendário de produção da safra de soja. A situação se torna ainda mais crítica, uma vez que o atraso no plantio pode impactar também o cultivo de sorgo e milho safrinha.

Leonardo Machado, coordenador institucional do IFAG, destaca a gravidade do cenário: “O plantio depende das chuvas. Se as precipitações começarem e logo em seguida pararem, como tem ocorrido em Goiás, isso é extremamente prejudicial. É fundamental que as chuvas se mantenham por um período mais longo antes de iniciarmos os plantios.”

Os fenômenos climáticos têm afetado diversas regiões do Brasil, resultando em um cenário de excesso de chuvas em algumas áreas e escassez em outras. Carlos Alberto, engenheiro agrônomo e fiscal da agrodefesa de Goianésia, analisa o impacto dessa situação e as perspectivas para a safra de soja: “O fenômeno La Niña altera o regime de chuvas em todo o planeta. A cultura da soja necessita entre 450 e 800 mm de água durante todo o seu ciclo de desenvolvimento.”

Atualmente, Goiás ocupa a 4ª posição entre os maiores produtores de soja do Brasil, atrás apenas de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, conforme dados da Conab. A combinação de fatores climáticos adversos e a pressão sobre os calendários de plantio coloca em risco a produtividade e a sustentabilidade da safra, levantando preocupações sobre o futuro do agronegócio na região.